Notes

Tudo tem dois preços

Tudo que compramos tem dois preços.

Existe o primeiro preço, o mais conhecido, que equivale ao dinheiro que pagamos por aquilo que estamos comprando.

E existe o segundo preço, o que se refere ao esforço e/ ou a iniciativa que precisamos ter para nos beneficiarmos com o uso daquilo que compramos — e esse segundo preço pode ser maior do que o primeiro.

Há as horas que preciso dedicar a leitura de um novo livro que comprei, ou o tempo que preciso dedicar para ouvir as aulas do curso de idiomas que eu também comprei. Há o tempo que preciso dedicar indo à academia, e o esforço para me exercitar, se eu pago a mensalidade — talvez o pior e mais corriqueiro dos exemplos.

Porque sem dedicação e sem esforço, eu pago apenas o primeiro preço, o financeiro, e não extraio valor da compra. Pagar somente o primeiro preço é jogar dinheiro pela janela.

Quando se trata de um livro que não se lê, ou de um curso online que se compra mas não se assiste, ao menos você pagou o primeiro preço apenas uma vez e talvez você consiga viver com isso, movendo sua compra para a coluna dos prejuízos pontuais.

Mas e se o primeiro preço for recorrente, como no caso das academias, ou do curso de idiomas? Ou dos serviços de streaming? Pagar o primeiro preço sem pagar o segundo, nesse caso, é um desperdício pior ainda, porque é recorrente.

Com tanta facilidade e tanta oferta de produtos e serviços no mundo moderno, os preços — os primeiros preços — são até mais baratos do que seriam antes. Mas essa enorme oferta que nos cerca pode provocar a sensação de que nunca temos tudo que queremos, que nunca temos poder aquisitivo — e dinheiro suficientes.

Por isso, se há algo no seu dia-a-dia para o que você não está conseguindo pagar o segundo preço, ou seja, não está conseguindo aproveitar ou usufruir como deveria, ao menos procure eliminar, se possível e aplicável, a redundância e recorrência do primeiro preço.

#comportamento #consumismo